Estima-se que as brasileiras começaram a praticar futebol durante a década de 1910, quando os jogos entre mulheres passaram a ser noticiados nas páginas dos jornais. O caráter violento atribuído a esse esporte passou a preocupar diferentes setores da sociedade que viam o Futebol Feminino como problema de saúde pública e de ordem moral. Vinte anos depois, deu-se início à discussão sobre o assunto na esfera governamental, resultando na proibição do futebol às mulheres. Este artigo tem como objetivo a análise dos debates em torno da prática do futebol por mulheres entre as décadas de 1920 e 1940 que levaram à proibição na forma do Artigo 54 do Decreto-Lei criador do Conselho Nacional de Desporto (CND) em 1941 e, por conseguinte, a institucionalização de uma economia moral que atravessou grande parte do século XX.
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Estima-se que as brasileiras começaram a praticar futebol durante a década de 1910, quando os jogos entre mulheres passaram a ser noticiados nas páginas dos jornais. O caráter violento atribuído a esse esporte passou a preocupar diferentes setores da sociedade que viam o Futebol Feminino como problema de saúde pública e de ordem moral. Vinte anos depois, deu-se início à discussão sobre o assunto na esfera governamental, resultando na proibição do futebol às mulheres. Este artigo tem como objetivo a análise dos debates em torno da prática do futebol por mulheres entre as décadas de 1920 e 1940 que levaram à proibição na forma do Artigo 54 do Decreto-Lei criador do Conselho Nacional de Desporto (CND) em 1941 e, por conseguinte, a institucionalização de uma economia moral que atravessou grande parte do século XX.
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